segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Aceitação




















Talvez ainda não tenha aceite que isto nos aconteceu, tenho em mim todas as perguntas do mundo e provavelmente todas as perguntas que todos os pais nesta situação têm. 

Tenho em mim todas as perguntas do mundo, mas que mais me assombra é o medo permanente de perder o meu filho. 
O que faz uma mãe sem o seu rebento?
Não é esta a lei da vida, ele sim, um dia vai-me ver partir, eu não! Eu não estou preparada. 

Não há outra forma de encarar a realidade se não "de frente" para ela.

Aceitar que é esta a nossa realidade, fazer tudo que está ao nosso alcance para melhorar a nossa vida e a do Du, somos muito atentos e cuidadosos talvez por medo, não sei. 
O medo anda em mim todos os dias, a todas as horas. Mas acredito também todos os dias que dias melhores viram, e que depois deste processo, seremos sem duvida pessoas melhores. 

Vamos então sorrir e aceitar, encarar cada dia com o que ele tem para nos dar, e todos os dias o D nos dá essa vontade de sorrir. 
Conhecemos agora pessoas fantásticas, e uma realidade completamente diferente daquela que conhecíamos.

Fico surpreendida ao observar as mães destroçadas, assustadas, mas com uma força inabalável, sempre a sorrir por aqueles corredores que tanto fazemos durante os nossos internamentos. 
É incrível a força que as pessoas ganham nestes momentos de provação.
Em mim tenho todos os medos do mundo...
Em mim tenho todas as perguntas do mundo...
Mas em mim tenho também um amor incondicional que me move.
Também choro, também sou fraca, mas sou humana e nunca ninguém me ensinou a ser diferente, chorar faz parte.. E sorrir não é crime mesmo quando temos um filho doente... Acredito que a alegria, as brincadeiras, a boa disposição tem um grande papel neste processo.

Por isso por mais que estejamos desfeitos por dentro tentaremos sempre manter a boa disposição que sempre nos descreveu. 

Com amor,
Mãe do Duarte