segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Medo




















Sinto medo a todas as horas...
Sinto medo a cada sorriso, a cada miminho, sinto medo a cada birra...
Sinto medo deste medo...
Sei que é normal, sou humana...
Tenho medo que este medo me derrote e me faça perder a força...
Tenho medo tão somente de sentir medo...
Sei o que dizem que sou, sei até que na verdade eu sou mais do que medo, sei que na verdade eu sou capaz de proteger o meu filho até que a minha própria vida me permita.
Então porque não sou capaz de lhe tirar o sofrimento? Queria ser, queria que fosse meu...
A minha dor não é o medo, porque o medo não dói, a minha dor não é física mais valia que o fosse, a minha dor não se vê porque ela chora escondida, ela aninhou—se a mim e não quis ir embora... É a dor da impotência, a dor da alma. Ela vive comigo assim como o medo, mas acho que é normal... Acho que qualquer mãe a tem...
Elas são grandes mas não são maiores do que a minha vontade de ver o meu filho crescer, não vão ser nunca maiores do que a força de uma leoa, nem maiores que uma tal fé, que é a minha.
Que seria de mim sem ela?
No fundo o que estaria eu a fazer se não fosse essa esperança lá longe?

Eu sei que ela está longe, mas quando chegar esse dia, eu e ele vamos saber que não foi nada fácil mas que conseguimos.

E sempre á volta daquilo que nos move, o nosso amor, esse não há medo, nem doença capaz de destruir.

Com amor,
A MÃE DO DUARTE