sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Ao som desta data
terça-feira, 3 de abril de 2018
Sabia-te em mim naquele Abril
O relógio anda ... A noite já caiu...
O sono não vem e o Abril chegou depressa..
Chegou depressa o dia do calendário em que as lembranças de sofrimento se apoderam de mim, entram pelas noites e nem o zapping pela televisão as leva.
Sei o propósito, sei que me ouves e me comunicas, sei que a saudade fica e que o Amor vence sempre.
Recordo-me da tua pele gelada, e do teu peito saltitante.
Recordo-me da Paz naquela noite...
Do olhar molhado, e das nossas almas de luz se unirem para sempre.
Recordo-me do respirar notável em mim, e da calma no meu olhar...
Recordo-me de nada me recordar.
Recordo-me de te prometer que tudo iria correr bem.
Se tudo desse para escrever, descrevia o quanto fomos abençoados naquele momento de dor na alma.
Eu sabia-te em mim, e tu sentias-me na alma, a tua alma falou-me no silêncio do olhar que só nós sabíamos falar.
Sei de cor que vivemos amor, e mais uma vez estávamos a viver amor.
Pedi a Deus que fosse feita a sua vontade, mas que não o fizesse com sofrimento. E assim foi (...) Abençoados com uma fé que não se explica - "Foi feita a sua vontade , assim na terra como no céu"
E na minha alma eu sei que parecendo clichê ou não, a tua viagem foi em paz e eu como sempre te prometi, pude dar-te a mão e acompanhar-te nesse caminho do nosso tão duro desapego físico.
Hoje eu sei, a minha alma aperta por mais um toque, os meus olhos olham o céu, e os meus joelhos sentem o chão, o meu corpo acusa saudade.
"Avé Maria cheia de graça (...) bendita sois vós entre as mulheres... E bendito é o fruto do vosso ventre (...)"
Um beijo meu amor com saudade eterna,
Mamã
quinta-feira, 22 de março de 2018
Caminhando com as difíceis datas
E assim entro numa temporada de introspeção...
Porque o corpo acusa as datas, e alma acolhe a insatisfação.
Começam as lembranças "há um ano atrás eu estava..."; "há dois anos atrás por esta hora.." - e aos poucos olhamos para o calendário e percebemos que
o nosso corpo se prepara para a dor da recordação, para a mais presente lembrança do que jamais esquecemos.
E continuando na maré cheia de emoções recordo o mês em que gerava um mim uma vida e gerava a preparação para uma morte.
Cabia em mim toda a esperança das duas cadeiras no banco traseiro do carro.
Uns dias depois a cadeira veio vazia, e ventre cheio de emoções.
A noite era escura, e a alma perdeu-se no silêncio de uma viagem para casa.
A alma perdeu-se e não mais se encontrou da mesma forma...
E num só dia nasceu outra alma em mim, nasceu um novo olhar acompanhado de saudade e esperança, nasceu uma vida cheia de amor para dar,
e nasceu também uma vontade de voltar a tocar e beijar o que jamais poderá ser tocado.
Ele voltou para dentro de mim, ela estava dentro de mim...
E na estrada da vida soube - que dentro de mim haverá espaço para "as duas cadeiras no banco traseiro do carro" mesmo que o carro esteja vazio.
E na estrada da vida eu soube, que caminhar seria o caminho...
E na estrada da vida eu soube, que o caminho é imprevisível, inconstante e por vezes inoportuno.
Mas pela estrada da vida eu sei que no fim do caminho eu vou saber, que todas as imprevisibilidades foram o que me fizeram caminhar em frente.
E pela estrada da vida em continuo, sem certeza de quando chega ao fim, mas sabendo que depois do inverno vem a primavera, e o inverno volta e de seguida a primavera.
E neste ciclo da vida sabemos apenas que basta estarmos verticais para podermos caminhar.
E pela estrada da vida eu escolhi caminhar pelas datas, pelas horas e pelas memórias sempre sabendo que em mim, são elas que me fazem estar vertical e caminhar.
Abraço-te no fim da minha caminhada.
Com amor,
Mamã Cláudia F.