Ao
som de Mafalda Veiga te escrevo, não se bem se a quero ouvir.
Sei
bem que não quero o silêncio.
O
corpo sente as datas, ai se sente... Eu cá sei.
Ele
caminha, tem que caminhar mas a mente, a alma talvez trás-me aquelas
lembranças de profunda dor amorosa.
Hoje
escrevo-a, porque o corpo não deixa esquecer as datas.
Tudo
parecia tão anormalmente normal, queria eu pensar.
Hoje
escrevo-te, sinto-te, e tenho saudade tua.
Hoje
choro-te, na verdade só choramos quem sentimos apego, e nós
tínhamos disso, se tínhamos...
As
datas caiem no calendário, e a minha certeza que os anos passam fica
mais clara e nítida.
Tudo
parecia tão estranho, tudo parece tão estranho.
Aquela
data em que em mim não cabiam necessidades, só medo disfarçado.
Aquela
data em que as informações que medicamente me foram transmitidas,
palavras diretas, contabilização de vida, da tua vida, e da minha.
Informações
de dor, que a minha alma ainda sente.
Hoje
escrevo-te, sinto-te, e tenho saudade tua.
Tudo
é tão claro em mim hoje. Três anos de tantos mais.
Hoje
escrevo-te, sinto-te, e tenho saudade tua.
Hoje
escrevo-te, sinto-te, e sei-nos eternos.
Beijo
de amor,
Mamã
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