terça-feira, 31 de maio de 2016

Feliz Dia dos Maninhos "Hoje falei-lhe do mano"












Hoje dia dos irmãos, falei de ti ao mano bebé...
Ainda não sabemos se é um feijão ou uma "feijoa", mas como sabes para nós pouco importa, queremos que venha saudável que seja sempre feliz como sempre foste.

Falei-lhe de ti, contei-lhe que tinha um mano e que hoje era o vosso dia.
Falei-lhe de ti, e pedi-lhe perdão por não conseguir ainda ligar-me a ele como queria, e como estava ligada a ti no inicio. 

Na verdade sabem os dois que a Mãe tem saudades, uma saudade que me enche o coração, tal como o amor por vocês enche. 

Hoje falei-lhe de ti, disse que ele iria ser sempre amado como tu foste, e disse-lhe que tu estavas sempre no céu a olhar por ele, e que para sempre ele ia ter um anjinho amigo "só dele", que é o mano.

Na verdade desejei também que neste dia dos "maninhos" estivéssemos aqui os quatro, quatro corações a bater nesta casa... Era o que mais desejava. 
A vida não quis assim, e no fundo  meu coração de Mãe estará sempre cheio de Amor, pelos dois.

Tenho saudades bebé do céu...

AMO-TE.

Beijinhos de amor meus e do mano,
A Mãe do Duarte



Deixo-te uma foto em modo forninho dos dois, em cima tu e em baixo o maninho/a. 




domingo, 22 de maio de 2016

Para ti meu querido filho...













É neste domingo de Sol que te escrevo...

Lá fora está lindo, era um daqueles dias em que possivelmente iríamos os dois passear pelas ruas de Carcavelos, possivelmente ao jardim dos patinhos ou ao mercado comprar legumes, desculpa-me a minha falta de criatividade nos passeios, mas gostávamos tanto os dois, não era?

Sei que desse outro mundo onde te encontras me sentes, tal como te sinto a ti...
Desculpa-me as horas em que a saudade se apodera de mim, e me vês frágil, na verdade deves pensar que nunca foi isso que te ensinei e mostrei nestes tempos que estiveste ao meu lado aqui na terra...
Eu sei que só tu me compreendes, porque só eu e tu é que sabíamos este Amor, que ultrapassa qualquer partida física, mas que ao mesmo tempo era tão carnal.


Em mim está outro Ser, outra Vida, outro coração que bate... No fundo faz-me reviver tudo o que sentia quando o teu coração batia em mim...
Agradeço-te com a minha Alma, não me teres deixado sozinha...
E a cada minuto me fazeres ver que apesar da tua ausência física, estás sempre em mim e comigo...

Como sabes os últimos dias não têm sido fáceis para a Mãe o tempo passa e a saudade aumenta, e na verdade só queria que a nossa vida tivesse sido mais fácil.

Sabes? Quando penso que tudo poderia ter sido diferente, há uma voz em mim que me diz que te cumpriste na tua vida, e que eu como tua Mãe me cumpri também até ao teu ultimo batimento - Talvez essa voz calada sejas tu...

Quando nasceste havia algo em mim que não me deixava "emprestar-te",não me perguntes porquê mas bem te lembras desse apego, eu sei. Na verdade o meu coração protector sabia que ninguém te amava como eu, e que ninguém te iria "pegar" como eu. Eras meu.
E quando era hora de alguém te "pegar", o meu coração apertava, e só queria que fosse rápido para regressares ao meu colo.
Sempre fomos tão carnais.
Havia algo em mim que me mostrava que tinha que te mimar a cada segundo, havia algo em mim que não me deixava "emprestar-te".


Naquele dia 4 de Abril houve algo de mim que foi contigo.
Naquele dia 4 de Abril, houve uma dor inexplicável, que as minhas palavras, as minhas letras não sabem dizer ou escrever... Mas ao mesmo tempo, uma sensação incrível.
Como se soubesse que a tua missão acabava ali, e a minha continuava pela vida fora, mas com uma visão completamente diferente.



Aquele meu apego que não me deixava ficar tranquila quando ias para a creche, aquele meu sentimento sempre protector e agarrado a ti, aquele sentimento de não te querer "emprestar" nunca...
Mudou! Tive que te deixar partir... Tive que te entregar... Porque tu sentis-te que era a tua hora.
Não me resta mais nada do que respeitar a tua partida...
Honrar-te a toda a hora, por tudo o que me ensinaste...
Agradecer-te a cada segundo teres-me ensinado o Amor... Teres-me feito tão feliz.


A nossa vida podia ter sido diferente... Hoje podíamos passear nos patinhos e aproveitar o Sol.
Mas não seriamos certamente tão iluminados como somos.


Hoje escrevo-te, com saudade, essa que nunca passa.
Hoje dói-me a tua ausência.
Mas estou eternamente grata por ser tua Mãe!
Faria tudo de novo, igual.


Recebe este amor e gratidão enorme que sentirei sempre por ti...


Hoje com Saudade,
A Mãe do Duarte




terça-feira, 10 de maio de 2016

Para sempre: A MÃE DO DUARTE! O "04-04-2016"
























Existes nos meus sonhos...
Existes nos meus dias...
Existes em mim, a todo o momento...


Dia 4 de Abril de 2016


O teu corpo ficou na terra e a tua alma subiu ao céu..
Um dia "normal", estávamos nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital Santa Maria desde Sábado.
Algumas dificuldades em respirar, mas tudo controlado á partida...
O dia foi passando e nós fomos percebendo...
Era aquele o dia que tanto temíamos, senti que não te iria ver mais aqui na terra... e pedi aos céus que não te mantivessem aqui na terra por egoísmo meu, por apego. 
Se fosse aquela a hora, que fosses em paz, sem sofrimento. Não merecias isso. 

Chamei as pessoas mais importantes para nós e na tua vida, não pensei sequer, não foi difícil "escolhê-las" depois daqueles 6 meses a aprender todos os dias... Foi inato em mim, e rápido também... Senti que estávamos todos preparados, e que toda a nossa família padece de um amor incrível que nem a "partida" mata.
A dor da partida era enorme...
As lágrimas caíam, e a dor na alma não ficava em lado nenhum, andava comigo.. A garganta estava seca, e tinha um nó...
Na cabeça anda tudo, e não andava nada...
Mas no coração estava a certeza da frase que partilhei convosco á tempos... "quero salvar o meu filho, ou da doença ou do sofrimento".

No meio de toda a dor que sentia em mim... olhava para ele, falava com ele, e sentia que não era ele, o bebé feliz, cheio de vida, forte...

Deixei de perguntar quais as soluções, tinha chegado a hora, eu tinha que ouvir a verdade, pensei.

Com as lágrimas a escorrer e com o queixo a tremer horrores peguei na mão do ser incrível que acompanhava o Duarte naquele dia, aquela médica, aquele ANJO:

"Dra ele vai partir não vai?"
Olhou para mim, com amor, muito amor mesmo:
"Muito provavelmente mãe"
Chorei, chorei... chorei...
Olhei-a nos olhos, com tanto amor, com tanta admiração, e pedi:
"Pfv como se fosse um dos seus... Ajude-o para que não sofra, e para que este momento seja digno para ele."
Sorriu carinhosamente, e acenou que sim.
Ajudei-o a nascer, fiz tanta força, tive tanta força...
Ajudei-o a partir, estive ao lado dele, fiz tudo para que tivesse uma partida tão digna quanto foi o seu nascimento e a sua vida. No fundo não fiz força, mas ele deu-me força muita força...
Não havia naquele momento epidural para a minha alma de mãe, morfina para a dor das saudades que já existiam em mim.
20:15h
O coraçãozinho dele parou, respirou a ultima vez.
"Vai em paz meu anjo, ajuda a mamã. Amo-te, amo-te, amo-te. Obrigada por tudo meu querido"
A alma dele partiu em paz.

Fica uma saudade enorme, mas a certeza que tenho um filho ANJO, que tenho uma companhia constante e eterna... e que nunca mais nesta vida eu estarei sozinha.

Não tenho palavras para descrever aquela equipa da UCIPed Santa Maria...
O respeito, a dignidade, o carinho, o acompanhamento.
São seres muito iluminados.
Obrigada por tudo!!

Sobre o IPO um dia eu escrevo.

Construi uma família.
Somos muito abençoados por termos conhecido pessoas tão especiais.
Um obrigado especial por aquele sábado a enf. Anabela, foi um anjo.

Na vida aprendemos a amar...

Na partida, percebemos o AMOR na sua verdadeira e pura essência...
Esse não morre!!!

OBRIGADA FAMÍLIA PELO NOSSO AMOR, E UNIÃO!

OBRIGADA FILHO,
OBRIGADA LUZ DA MINHA VIDA!

Para sempre,
A Mãe do Duarte